A artista visual e educadora Simone Barreto apresenta a oficina "Resistir para existir - criação de objetos de proteção e enxoval para uma casa". Esta atividade é destinada às mulheres com idade a partir de 16 anos. Os encontros serão online e realizados pela plataforma Teams. Para esta atividade, o Sesc Paraty oferece 15 vagas.

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A proposta é usar o bordado como ferramenta de subversão da função do enxoval. As linhas são o ponto de partida para debates e reflexões sobre mulheres, violências e feminismo.

Esta atividade terá formato híbrido, com encontros online, vídeos gravados e editados por Simone e tutorias individuais. As aulas terão, me média, três horas de duração e serão realizadas nas datas e horários a seguir:

DATAS E HORÁRIOS

Aula abertura - 9 de junho 17h às 20h

Aula 1 - 14 de junho 17h às 20h

Aula 2 -16 de junho 17h às 20h

Aula 3 - 21 de junho 17h às 20h

Aula 4 - 23 de junho 17h às 20h

Após a aula do dia 23 de junho, serão realizadas tutorias individuais. A aula de encerramento será no dia 14 de julho, das 17 às 20h.

OUTRAS INFORMAÇÕES

Enxoval é um conjunto de roupas e acessórios de quem se casa, seja do vestuário, seja para o serviço de casa. Antigamente, era confeccionado pelas jovens mulheres em suas aulas de costura e bordado, ou em suas casas, no intuito de demonstrarem aos futuros maridos e famílias como estas seriam prendadas donas de casa.

O bordado era parte dos ensinamentos para as moças e bordar seu enxoval de casamento, e dos filhos que viriam era um costume entre as famílias. O bordado por muito tempo foi considerado uma arte menor teve pouco destaque na história da arte, especialmente por se tratar de uma atividade doméstica, essencialmente feminina.

Diferente das chamadas Belas Artes – pintura, escultura, arquitetura, produzida quase que exclusivamente por homens brancos e ricos. Atualmente, a arte têxtil tem tido grande relevância também na arte contemporânea e disputado seu espaço dentro das narrativas de história da arte que estão sendo construídas.

Nesta proposição de oficina, o enxoval cumpre uma função diversa à imposta ao enxoval de um casamento. As peças que iremos produzir coletivamente serão como bandeiras que ostentam irmandade, liberdade, mulheridades e desejo. Juntas sinalizarão segurança e proteção. São como estandartes que alertam para o outro - o espectador, o transeunte, a vizinhança - que é inadmissível viver com medo simplesmente pelo fato de se ser mulher.

Assim, por meio da arte, esta atividade busca trazer à tona discussões acerca da violência contra mulher e o feminicídio; apresentar uma produção contemporânea cearense de bordado, desenho e pintura em tecido; incentivar a produção artística de mulheres artistas ou não, durante a pandemia da covid-19 e apresentar obras de arte a partir da perspectiva feminista interseccional, aprofundando sobre as questões das mulheridades e desigualdades de gênero e de raça.

SOBRE A OFICINEIRA

Artista visual e educadora. Desenha, borda e costura. Formada em Artes Visuais pelo Instituto Federal do Ceará (2006). Mestranda em Ensino e Relações Étnico-Raciais no Programa de Pós-Graduação na Universidade Federal do Sul da Bahia. Ministra cursos e aulas de artes para crianças e adultos. Desenvolve pesquisas independentes sobre narrativas femininas autobiográficas na arte contemporânea, a divisão sexual do trabalho no campo e na cidade, corpo e maternidade. Como artista, participou de residências artísticas, exposições coletivas e individuais.